Alagoas, do litoral ao sertão, tu és minha grande Paixão!

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Um pouco sobre a história de Alagoas

Alagoas, terra de muitas belezas (quase infindáveis), terra de um povo acolhedor, humilde e de tantas outras qualidades. Essa terra que foi abençoada por Deus é o berço de tantas figuras ilustres da história (republicana e atual) do nosso país como: os marechais Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto, Visconde de Sinimbú, Tavares Bastos, o menestrel Teotônio Vilela o escritor Graciliano Ramos (Mestre Graça), o intelectual Aurélio Buarque de Holanda (Homem que virou sinônimo de dicionário, de conhecimento), Hermeto Pascoall (músico com um talento raríssimo, reconhecido mundo a fora), Djavan (outro músico famoso no país), Nelson da Rabeca (instrumentista brilhante, que uni o erudito ao popular por meio de sua rabeca), Pontes de Miranda (jurista, um dos melhores que o Brasil já viu), e nos esportes temos o goleiro Nelson de Jesus da Silva, mais conhecido como Dida (que inclusive já jogou na seleção brasileira), além da jogadora tida como melhor do mundo (apelidada de o Pelé de saias) a rainha Marta.

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Historicamente esse estado maravilhoso é um dos mais importantes da federação, pois vários capítulos da história brasileira aconteceram em território alagoano ou tiveram a participação de filhos desta terra. Com base nisso, podemos citar a importância da capitania hereditária de Pernambuco na formação econômica e social do Brasil colônia. Esta capitania, que originalmente foi doada e administrada pelo fidalgo Duarte Antônio Coelho, abrangia além das terras do atual estado de Pernambuco as terras de Alagoas também. Nessas terras a cana-de-açúcar encontrou condições propícias para seu desenvolvimento. Através dessa cultura os cofres da coroa portuguesa se encheram, pois, como todos sabem, no séc XVI o açúcar (um dos produtos oriundos da cana) era tido como uma especiaria, então seu preço e também sua procura eram exorbitantes.
Foi utilizada inicialmente a mão-de-obra indígena na cultura da cana, contudo por uma série de motivos como: o fato de não terem em sua cultura o habito do trabalho exaustivo que era imposto pelos senhores de engenho o que os fazia fugir, e também epidemias de sarampo, varíolas e outras doenças, as quais os índios não tinham resistência. Então, em 1758 foi determinada a liberdade indígena - segundo Fernando José de Lira, em seu livro a formação da riqueza e da pobreza de Alagoas, p.12. Porém ao findar a escravidão indígena, inicia-se, de fato, a escravidão negra (pois já existiam muitas localidades que já utilizavam esse tipo de mão-de-obra). Os motivos apontados por Fernando José de Lira nestas mesmas obra e página para a escravidão negra foi: os negros serem mais disciplinados em relação a sua rotina de trabalho, serem maior produtivos, muito em virtude disto mas também por estarem em terras estranhas. O que realmente se pode dizer é que os negros assim como os índios foram vítimas de um sistema de produção exploratório, contudo eles contribuíram e muito para a formação do estado alagoano.
Contudo, antes mesmo da cana, Alagoas já era destaque na economia das terras recém descobertas por Portugal, pois exportava o pau-brasil em altíssimas quantidades. Tal produto era utilizado para a fabricação de corantes na Europa, por isso é considerado pelos historiadores como o primeiro produto de exportação do país.
Foi em Alagoas, mais precisamente na serra da barriga, que surgiu o maior quilombo do Brasil, o Quilombo dos Palmares, simbolo da resistência de um povo honrado e lutador, que é o povo negro. Dele surgiu um dos maiores ícones da história do país, Zumbi dos Palmares, que assumiu o poder depois que o Ganga-Zumba (antigo líder) foi assassinado em uma emboscada, quando este foi ao Recife negociar uma trégua com os portugueses. Zumbi assumiu o poder quando Palmares estava mais enfraquecida, e reconstruiu palmares com sua garra. Segundo a lenda que narra a queda do quilombo, Zumbi preferiu se jogar de um penhasco a voltar a condição de escravo. Tal fato ocorreu em 20 de novembro de 1695, hoje no dia 20 de novembro é comemorado o Dia da Consciência Negra. Segundo os historiadores o quilombo durou quase 70 anos, surgiu antes mesmo da invasão holandesa as terras da antiga capitania de Pernambuco (1630) e foi destruído, depois de várias tentativas frustadas, por Domingos Jorge Velho e seu contingente de mais de 6 mil homens, em 1695.
Outro símbolo de resistência étnica em terras alagoanas foi negativa dos índios, que residiam o litoral alagoano próximos a foz do velho chico (os historiadores não têm certeza se foram os Tupinambás ou os Caetés), a tentativa de catequização imposta pelo bispo Pero Fernandes Sardinha que culminou na sua morte e depois na ação canibal dos índios, em 1558.
Dando continuidade, Alagoas se emancipou de Pernambuco, ou seja, virou um província, em 16 de setembro de 1817, através de um ato fidelidade para com o rei de Portugal D. João VI (na época ele estava vivendo no Brasil) em que se consistiu a não aliança com o estado de Pernambuco na Revolta Pernambucana. O rei, frente a tal ato, demonstrando gratidão emancipando estas terras, que já nasceram com as dimensões espaciais de hoje.
Anos mais tarde, após a sua participação decisiva na Guerra do Paraguai, o Marechal alagoano Deodoro da Fonseca ajuda em 15 de novembro a livrar o país dos grilhões passadistas do império. Tornando assim o Brasil uma república. Sendo ele, inclusive, o nosso primeiro presidente. E em sua homenagem a sua cidade natal, a antiga Cidade de Alagoas (primeira capital do estado), ganhou o nome de Marechal Deodoro .O segundo presidente da recém formada República do Brasil também era alagoano e marechal, Seu nome era Floriano Peixoto. Esse período ficou conhecido como república da espada e durou de 1889 a 1894.
Em seguida, nos primeiros anos do século XX imperava no Nordeste brasileiro um movimento social conhecido como Cangaço. Em 1938 Virgulino Ferreira da Silva, vulgo Lampião, personagem mais famoso deste movimento foi mortos em terras sergipanas por uma volante alagoana, liderada pelo Tenente João Bezerra, que tinha sede do município de Piranhas (alto sertão alagoano), e foi para lá que a volante trouxe as cabeças de lampião sua mulher Maria Bonita e de seu bando deixando-as expostas por alguns dias. Lampião foi um herói, que morreu por conta da traição de alguem, que informou a volante a posição do bando; já para outros ele foi um bandido. Contudo sua fama não para de crescer e suas histórias (já quase transformadas em lendas folclóricas) não param de ser contadas. Há muitos mistérios rondando a história desse “cabra” , mas o que realmente se sabe é que a morte dele e de seu bando (nas condições acima citadas) pela volante alagoana contribuiu e muito para a fama do Cangaço, sobretudo a de Lampião.
Êh, Alagoas, lugar de inúmeros encantos, de vasta beleza (que não cabe nem no horizonte), terra de valentia, cheia de lendas, onde esse povo humilde e encantador que aqui nasceu e se criou respira história a cada passo, mas sempre com um olhar mirando o futuro sem esquecer sua fé em Deus. Terra que surgiu da fusão das culturas indígena, africana e europeia, talvez essa mistura seja o segredo do tempero incrível e único que só é encontrado aqui. Então, conheça Alagoas e se encante!.

Texto: Kellysson Bruno Oliveira

Objetivos do site:

  • Mostrar à comunidade as belezas, as riquezas, a cultura e os potenciais desta terra;
  • Aumentar o sentimento de orgulho da população pelo estado;
  • Incentivar a prática do turismo em todo território estadual (principalmente pelos próprios alagoanos).
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