Como acontecera em quase todo o Nordeste, notadamente nas áreas onde a cana-de-açúcar preponderava, a casa grande fora a principal construção, que refletia a pujança econômica do seu proprietário. Com o desenvolvimento das vilas, povoados e cidades, o sobrado passou a ser símbolo da prosperidade e do poder. O barroco português tisnado de uma característica bem peculiar em terras brasileiras, que o diferenciava do Europeu, especiamente daquele praticado em Portugal, constituía-se a marca característica da nossa arquitetura mais elaborada. Alguns palacetes construídos, embora ricamente trabalhados, misturaram estilos, observando-se em seus efeitos de massa e movimento, na grandeza de sua concepção sinuosa e curvelínea, algumas influências estranhas - mesmo, góticas - obnubilando o purismo da estética barroca arquitetural entendida por Cellini. Exemplo em Alagoas dessa construção barroco-decadente que não perdeu a grandiosidade refletiu-se no edifício do antigo Hotel Bela Vista, que na década de 60, foi criminosamente demolido em Maceió. Essa característica também se observa em outros edifícios na capital alagoana, como o Palácio do Comércio e o edifício Theo Brandão. O purismo estético, todavia, pode ser observado nas construções religiosas mais antigas, em templos e conventos.
Fonte: Atlas Escolar Alagoas - espaço geohistórico e cultural, p.184
